sábado, 23 de maio de 2015

Sinédoque, Nova Yorque / Synecdoche, New York

Origem: USA (2008)
Duração: 124 minutos
Gênero: Drama
Direção: Charlie Kaufman
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Samantha Morton
O diretor de teatro Caden Cotard tenta pôr em cena uma nova peça, mas para isso precisa construir uma verdade extrema da vida, do caos existencialista, com as desilusões que o ser humano é capaz de exercer e absorver. Sua mulher e pintora Adele Lack preferiu ir viver em Berlim e levou a filha deles, Olive. A terapeuta de Caden, Madeleine Gravis tem mais interesse em divulgar seu best seller do quê apoiá-lo. O novo romance dele com Hazel não resultou e ele sente-se definhar a cada dia. Como atitude extrema, Caden reúne um elenco num armazém em NY para encenar a verdade de sua prórpia vida, de maneira pura e crua.

2 comentários:

  1. Como próprio título define, Sinédoque é uma figura de linguagem, semelhante a metonímia onde, significamos uma “parte” pelo todo ou o “todo” por uma parte, tal como na frase: Neste maravilhoso e inteligente filme, o roteirista e diretor Charlie Kaufman nos “engole” em sua loucura!!! Sim pois, senti “coisa toda” como uma busca incessante de dar sentido a um “processo de individuação” (Jung e aí, falar sobre isso aqui..., daria assunto pra um fds inteiro!!!) mas, dentro de um contexto muito maior que não faz sentido algum... Nossa própria existência humana e, ele traz uma infinidade de questões a serem abordadas, tais como a solidão, relacionamentos amorosos, nossas referências existenciais, nossos medos e por aí vai... O cara é um gênio, bem louco kkkkk mas, brilhante!! O mais interessante de tudo amiga e eu convido você a pensar comigo...: Tente lembrar desse filme, da história e buscar dar um sentido “cronológico” a narrativa que esse brilhante roteirista cria pra este filme, que é sua estréia como diretor, daí uma liberdade muito maior pra “brincar” como nossos sentidos!!! É muito bacana, porque eu não consigo lembrar da história com um sentido de cronologia da narrativa!! Na minha opinião o sentido de que “a vida passa rápido demais” é uma questão central mas, ele trata disso através de acontecimentos que vão e voltam o tempo todo e nós não estamos “acostumados” a lidar com o conhecimento e o sentido das coisas dessa maneira!!! Ele “brinca” com nossa lógica, através dos sentimentos porque sentimentos vem e vão, não seguem uma lógica cronológica!!! Isso é simplesmente D+++, é genial !!! Bem a atuação de Philip Seymour Hoffman dispensa qualquer comentário, ele era e ainda é simplesmente o melhor!!! Sim Mel, muito triste mesmo seu suicídio, um ano após o lançamento deste filme (Mera coincidência?! Sei lá.. se assistido ao filme você já pira, imagina vivendo o papel de Caden Cotard?!) E mais... uma curiosidade sobre este filme, o sobrenome do personagem de Philip, “Cotard” , faz menção a Sindrome de Cotard onde, pessoa acredita estar morta, não reagindo a estímulos exteriores nem a outras pessoas e, o principal sintoma é o delírio de negação. Aqueles que sofrem desta doença muitas vezes negam sua própria existência ou que uma certa parte do seu corpo existe. Foi o neurologista francês Jules Cotard quem primeiro descreveu a síndrome, em 1880. Kaufman “literalmente” “brinca” com nossas mentes neste maravilhoso filme!!! Vale muito a pena assistir!! Mel, eu já sou fã de Charlie Kaufman e vou buscar assistir aos outro filmes com seus roteiros... espero por suas novas dicas!! Beijokas

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    1. Martinha, voce tem me saído melhor que a encomenda nos comentários, visto que aprofunda e agarra o tema de maneira que nos faz querer saber cada vez mais do filme. Muito bem observado a cronologia não identificada e isto me lembra que acontece, por exemplo, quando aprendemos a escrever. Voce não percebe quando realmente aprendeu, mas um belo dia voce consegue ler uma frase, enfim... esta história também é absorvida como conhecimento espontâneo. As mensagens que Kaufman nos propõe são ora sutis, ora literais, mas estão todas lá, à espera dos nossos insights. Obrigada! E vamos garimpar os bons filmes sempre. Beijos.

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